Tribunal de Contas do Município em debate

 

Foto: Luanda nera
 

A emenda à Lei Orgânica do Município que obriga o prefeito a apresentar um programa de governo com objetivos e metas quantitativas e qualitativas vai ajudar o Tribunal de Contas do Município a verificar os resultados obtidos pela prefeitura na prestação dos serviços públicos.
Essa é a opinião do conselheiro do TCM Maurício Faria e do economista e cientista político Bresser Pereira, que participaram do debate "O Papel do Tribunal de Contas do Município no Controle das Contas Municipais", realizado no Sesc Vila Mariana, nesta quinta-feira (13/02).

Segundo o conselheiro Faria, o Tribunal já estava preocupado em obter indicadores da prefeitura. "Agora, o TCM tem base jurídica para avaliar as metas". A emenda foi aprovada pela Câmara Muinicipal em fevereiro deste ano, após intensa mobilização do Movimento Nossa São Paulo.

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Para Bresser Pereira, o importante de haver as metas e os indicadores é que o controle externo exercido pelo TCM pode se voltar mais para os resultados e menos para os procedimentos, o que permite maior autonomia para o gestor público trabalhar.

Também estavam presentes à mesa como debatedores o arquiteto Francisco Whitaker, integrante da Comissão de Justiça e Paz, órgão da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e o secretário de fiscalização e controle do Tribunal, Lívio Fornazieri. Segundo Fornazieri, um dos problemas enfrentados pelo TCM para verificar os resultados do trabalho dos órgãos municipais é que muitas vezes a prefeitura tem indicadores mas não os mensura.

Em sua exposição, Whitaker criticou o fato de os cinco conselheiros do TCM serem nomeados pela Câmara e pelo prefeito (três são indicados pelos vereadores e dois pelo chefe do Executivo), o que os torna vulneráveis a pressões político-partidárias. Faria argumentou que a indicação dos conselheiros é feita por representantes dos eleitores e por isso eles têm legimitidade de poder para nomear. E lembrou que nenhum conselheiro pode ser filiado a partido político, por isso ele mesmo se desligou do PT quando foi nomeado.

Bresser Pereira afirmou que para garantir mais autonomia dos conselheiros, o TCM deveria ter metade do conselho composto por funcionários concursados e outra metade formada por nomeação. Faria disse ser favorável à obrigatoriedade de duas vagas do conselho serem ocupadas por funcionários admitidos por concurso público para haver mais equilíbrio na composição do conselho. Mas para ocorrer a alteração, seria necessária uma emenda à Constituição Estadual.

Para o economista e integrante do Movimento Nossa São Paulo, Odilon Guedes, que foi mediador no debate, o evento foi importante para tornar mais transparente a atuação do Tribunal e para que houvesse aproximação entre a sociedade civil e integrantes do órgão. Durante o debate, o conselheiro Maurício Faria assumiu publicamente o compromisso de fazer uma reunião de trabalho com integrantes do Movimento Nossa São Paulo. O objetivo é tornar mais acessível à população as ações realizadas pelo Tribunal e as informações sobre os gastos da prefeitura.

 

 

 

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