Desemprego em SP é o menor desde 96, diz Dieese


Taxa média registrada em 2007 foi de 14,8%; em dezembro, ficou em 13,5%

Número de postos criados em todo o ano passado superou o de pessoas que buscaram trabalho, com alta de 2,3% no nível de ocupação

DEISE DE OLIVEIRA
DA FOLHA ONLINE

A taxa média de desemprego na região metropolitana de São Paulo ficou em 14,8% em 2007, a menor desde 1996 (quando foi de 15,1%), segundo pesquisa da Fundação Seade e do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). Em dezembro, a taxa mensal foi de 13,5%, ante 14,2% em novembro -também a menor desde fevereiro de 1996 (13,8%).
"O motivo da desaceleração da taxa de desemprego em dezembro foi o crescimento da ocupação, de 1,1%, com a criação de 97 mil vagas, muito superior ao número de pessoas que entraram no mercado de trabalho, de 29 mil", explicou Alexandre Loloian, coordenador de análise de Trabalho da Fundação Seade.
No ano passado, o número de postos criados (198 mil) superou o de pessoas que buscaram trabalho (114 mil), com alta de 2,3% no nível de ocupação. A região metropolitana de São Paulo encerrou 2007 com contingente de desempregados estimado em 1,51 milhão de trabalhadores, 8,68 milhões de ocupados e 10,19 milhões de pessoas na PEA (População Economicamente Ativa).
O setor de serviços foi o que mais criou vagas em 2007, com 124 mil novos postos, seguido pelo comércio (74 mil). Apesar da pujança do segundo semestre, a indústria não conseguiu recuperar os fracos índices do início do ano e fechou 2007 com variação negativa (0,3%) em relação a 2006, com o corte de 5.000 trabalhadores.
"Durante todo o primeiro trimestre, o emprego na indústria foi negativo. A partir de junho, começou a crescer, mas não foi suficiente. Para o emprego voltar a crescer, será preciso uma nova rodada de investimentos", disse Loloian.

Formalização
Por outro lado, a formalização dos postos de trabalho foi um dado positivo do setor privado em 2007. Segundo a pesquisa, o número de trabalhadores com carteira assinada na região metropolitana de São Paulo subiu pelo quinto ano consecutivo, a 6,8% em 2007. Já o número daqueles sem carteira caiu 2,8%, interrompendo a alta dos três anos anteriores.
"Na década de 90, o crescimento maior foi de vagas sem carteira e autônomos, enquanto as vagas com carteira registraram queda. Essa é uma característica de economia instável, em que as empresas têm dificuldade de prever o futuro."
Os salários, no entanto, seguiram alheios à formalização, semelhantes aos de 2004, segundo as entidades. O rendimento médio real dos assalariados caiu 0,7% (R$ 1.202) em 2007 e o dos ocupados, 0,3%, para R$ 1.140.

Fonte: Folha de S.Paulo – 31/01/2008

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