São Paulo 2022 ajuda sociedade e poder público refletirem sobre futuro da cidade

 

Conjunto de diretrizes, indicadores e metas para o planejamento de uma metrópole justa e sustentável foi lançado nesta quarta (23/11) e está disponível no portal da Rede Nossa São Paulo

Airton Goes airton@isps.org.br

Um grupo de cinco organizações da sociedade civil lançou nesta quarta-feira (23/11) o Plano São Paulo 2022, que tem por objetivo contribuir para o planejamento do futuro da cidade nos próximos 10 anos. O documento, que está disponível no portal da Rede Nossa São Paulo, contém um conjunto de diretrizes, indicadores e metas que apontam para uma capital paulista justa e sustentável.

Além da Rede participaram da elaboração e do lançamento do Plano São Paulo 2022, ocorrido no Sesc Vila Mariana, a Escola da Cidade, o Instituto Ethos, Instituto Arapyaú e Instituto Socioambiental. “A ideia das organizações, ao prepararem esse material, é quebrar a tradição de pensar a cidade apenas no curto prazo”, afirmou Oded Grajew, coordenador geral da Nossa São Paulo.

De acordo com ele, as propostas do plano não são definitivas e, sim, contribuições da sociedade “para que São Paulo tenha um diagnóstico e um planejamento que vise à construção de uma cidade sustentável”.

Jorge Abrahão, presidente do Instituto Ethos, reconheceu que houve alguns avanços na cidade nos últimos. “Porém, os avanços que temos obtido estão acontecendo em uma velocidade muito menor do que precisamos”, lamentou. Entre os desafios que precisam ser enfrentados para solucionar o descompasso entre as mudanças necessárias e as que efetivamente acontecem, em sua avaliação, está a questão política. “Os governos têm defendido muito mais o interesse privado do que o público”, constatou.

Para Abrahão, em razão desse tipo de problema, os governantes não têm um olhar de longo prazo. “O Plano São Paulo 2022 constrói essa visão de futuro e pode ter um papel de exemplaridade nesse processo, para que outras cidades possam ter essa reflexão.”

O documento foi apresentado pelo economista Cícero Yagi, que explicou porque o material pode ser importante para o futuro da cidade.  Ele destacou que o próximo Plano Diretor estratégico de São Paulo, a ser discutido e votado no próximo período pela Câmara Municipal, será “uma grande oportunidade para sociedade influir nos destinos da capital paulista nos próximos 10 anos”.

O plano está dividido em cinco capítulos: Cidade democrática, participativa e descentralizada; Cidade saudável, cuidadora dos bens naturais e consumidora responsável; Cidade compacta, ágil e policêntrica; Cidade inclusiva, segura e próspera; e Cidade educadora, criativa e conectada.

Veja a apresentação feita por Yagi.

Na avaliação do professor Ladislau Dowbor, que comentou o resultado do trabalho, a descentralização administrativa é fundamental para uma cidade com as dimensões de São Paulo. “Subprefeituras, como a do M’Boi Mirim, tem 600 mil habitantes e zero de capacidade e autonomia de gestão”, criticou.

Durante o lançamento do São Paulo 2022, foi realizado um debate com a participação de José Police Neto (PSD), presidente da Câmara Municipal, Antônio Marchioni, o padre Ticão, da Paróquia São Francisco de Assis e do Movimento Nossa Zona Leste, Eduardo Della Manna, diretor do SECOVI-SP, e Nabil Bonduki, Secretário de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do Ministério do Meio Ambiente.

Leia também:
"Organizações sociais sugerem planos para São Paulo de 2022" – Jornal do Brasil
"Entidades lançam projeto São Paulo 2022" – Agência Brasil

Compartilhe este artigo