Mortes de ciclistas crescem 55% em São Paulo em 2017

Foram 31 óbitos até outubro, mais que os 20 registrados no mesmo período do ano passado.

Por G1 SP

O número de ciclistas mortos na cidade de São Paulo cresceu 55% entre janeiro e outubro deste ano em comparação com o mesmo período de 2016. Foram 31 mortes, ante 20 no ano passado, segundo dados do Infosiga, iniciativa do governo de São Paulo que monitora e estuda as mortes no trânsito.

Já em setembro deste ano, a marca de 25 mortes computadas em todo o ano de 2016 foi superada.

As mortes aconteceram em todas as regiões da cidade, com destaque para a Zona Sul, onde foram registrados 9 dos 20 casos. Uma delas foi a morte de um homem de cerca de 50 anos, atropelado por um ônibus no bairro do Sacomã, em setembro. 

O crescimento das mortes de ciclistas contrasta com o total de mortes no trânsito da cidade computadas pelo Infosiga considerando os outros meios de transporte. Até outubro, 746 pessoas morreram nas vias da cidade, 5,8% menos que no mesmo período do ano passado.

Segundo Aline Cavalcante, diretora do Ciclocidade, as mudanças mostram uma inversão na tendência de queda registrada desde 2005. Ela afirma que o crescimento reflete a adoção de políticas que, segundo ela não privilegiam outras formas de transporte que não o motorizado. Ela cita o aumento do limite de velocidade nas marginais e a descontinuidade no programa de expansão de ciclovias. Neste mês, a gestão João Doria alterou a Lei de Criação do Sistema Cicloviário e determinou que novas estruturas só seriam feitas após estudos de demanda e audiências públicas.

Doria já afirmou que dará andamento ao programa de expansão de ciclovias, mas que a análise será “mais criteriosa’ e que a população dos bairros será ouvida.

Aline afirma ainda que a prefeitura celebra a redução de multas no trânsito da cidade, o que indicaria uma fiscalização mais frouxa, defende. “Estão sendo feitas diversas políticas públicas que não favorecem a mobilidade ativa, a mobilidade de quem está fora do veículos”, afirma.

O G1 procurou a Prefeitura de São Paulo na manhã desta quarta-feira (22) e aguarda possível manifestação.

Matéria publicada no portal G1
 

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