“Cidade Limpa 2 estreia na Paulista” – Jornal da Tarde

 

Projeto que cria regras para iluminação começa com troca de lâmpadas e mudança de postes

MARCELA SPINOSA, marcela.spinosa@grupoestado.com.br

A implementação do projeto que deve proibir a iluminação noturna exagerada na capital começará pela Avenida Paulista, na região central. Batizado de Lei Cidade Limpa 2, o programa prevê a redução da altura dos postes da via e a adoção de lâmpadas mais econômicas. Haverá escalonamento para a aplicação: primeiramente, iluminação pública; depois, prédios públicos; e, por fim, edifícios comerciais.

Pela proposta da diretora de paisagem urbana da Empresa Municipal de Urbanização (Emurb), Regina Monteiro, os prédios públicos e privados para fins comerciais terão potência máxima permitida fixada para as luzes instaladas nas fachadas. “A iluminação pública é prioridade. Precisamos definir o que é iluminação pública porque senão não teremos moral para pedir algo para a classe privada”, disse.

Apesar de não ter dado um prazo para o início das mudanças, Regina afirmou que o projeto de iluminação da Avenida Paulista já está sendo elaborado. As lâmpadas econômicas serão colocadas em postes mais baixos para que o raio de abrangência da luz seja maior. “A iluminação deverá atender o pedestre e os veículos.” Em relação aos prédios públicos, Regina explicou que a iluminação deverá destacar as características arquitetônicas das estruturas e, a dos comércios, servirá de complemento e suporte para iluminação viária.

Com receio de ser prejudicada, a Associação Comercial de São Paulo procurou ontem a comissão para discutir a adequação. “Se alguém (comércio) abusar, prejudicar transeuntes, clientes ou a cidade, determinaremos limites”, disse o presidente da entidade, Alencar Burti.

Segundo ele, o comércio se sente perseguido. “Nos sentimos como se estivéssemos sendo perseguidos porque cada dia aparece uma lei restringindo (o setor)”, declarou afirmando que deseja debater o assunto com Regina Monteiro. A diretora se dispôs a receber a classe.

Para o coronel da reserva da Polícia Militar e especialista em segurança, José Vicente da Silva Filho, a proposta da Cidade Limpa 2 só será válida se não diminuir a iluminação pública e viária. Segundo ele, uma via bem iluminada tem duas funções: coibir a ação de criminosos e evitar atropelamentos. “Local escuro facilita o ataque do bandido e dificulta o reconhecimento do criminoso”, explicou.

O urbanista e membro do conselho do Movimento Nossa São Paulo Jorge Wilheim acrescenta que o projeto deve olhar primeiro para a solução de iluminação prejudicada pela copa das árvores. Depois, segundo ele, deve-se dar atenção aos edifícios públicos. “Esse projeto deve vir acompanhado da seleção dos prédios que deverão ser iluminados. Tem de ser proativo e não proibitivo.”

As novas regras, no entanto, não têm prazo para entrar em vigor. Após ficar pronto, o texto será enviado à Câmara Municipal para votação. Se for aprovado, será transformado em lei.

NOVA NORMA
Para a Emurb, a iluminação dos edifícios deverá valorizar a arquitetura e a fachada

A decisão foi tomada após edifícios comerciais começarem a utilizar néon ou outro tipo de lâmpada para valorizar produtos e não fachadas

A Prefeitura não elaborou uma proposta, mas se baseia em outros países para definir o padrão

Apesar disso, a Avenida Paulista será a primeira a receber uma nova iluminação

Pela proposta, as lâmpadas serão substituídas por outras mais econômicas e serão instaladas em postes mais baixos para que o raio de abrangência seja maior

Pelo projeto, a iluminação viária será a primeira a ser consertada. Em seguida virá a iluminação dos prédios públicos e, por fim, a dos edifícios particulares para fins comerciais

 

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