Bilhete Único anônimo terá recarga suspensa em SP a partir de segunda

WILLIAM CARDOSO, DO "AGORA"

A SPTrans, o Metrô e a CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) vão suspender, a partir da próxima segunda-feira (1º), a recarga do Bilhete Único nas modalidades Semanal e Diário para cartões anônimos, aqueles que não estão cadastrados no nome dos passageiros. Segundo as empresas, a intenção é evitar fraudes no sistema e a proibição será temporária. A modalidade Mensal do Bilhete Único não sofrerá alterações.

Em janeiro, o "Agora" mostrou que ambulantes vendiam por R$ 3 a passagem, de R$ 3,50 (ainda sem o aumento), na estação Celso Daniel – Santo André, da linha 10-turquesa da CPTM, no ABC. Também em janeiro, na estação Barra Funda (zona oeste), da linha 3-vermelha do Metrô, os fraudadores vendiam a passagem por R$ 4 –passageiros ficavam em fila de até 40 minutos para comprar bilhetes.
http://www.agora.uol.com.br/saopaulo/2016/01/1728041-fraude-com-bilhete-unico-acontece-em-estacao-de-trem.shtml

Para aplicar o golpe, os ambulantes carregam o Bilhete Único Diário, que oferece viagens ilimitadas, durante 24 horas, por R$ 16. Em seguida, eles entregam o cartão para o passageiro que o devolve logo após passar pela catraca, permitindo que seja usado depois por outra pessoa.

Em Santo André, durante o período de uma hora, o Agora flagrou ao menos 15 passageiros comprando o acesso aos trens com ambulantes na porta da estação. Já na Barra Funda, um fraudador disse que chegava a ganhar R$ 40 por dia com o esquema. Na ocasião, a reportagem encontrou ao menos oito ambulantes atuando livremente na estação.

AVALIAÇÃO

Com a suspensão da recarga, a SPTrans afirmou que pretende ampliar a "proteção tecnológica" das transações. Segundo a empresa da gestão Fernando Haddad (PT), a medida é temporária e será reavaliada no prazo de 30 dias. O Metrô e a CPTM são companhias ligadas à gestão Geraldo Alckmin (PSDB).

A SPTrans afirmou também que os créditos adquiridos até 1º de agosto serão utilizados normalmente até seu término. "Os cartões anônimos continuarão em circulação, podendo receber crédito na modalidade comum em dinheiro", afirmou, em nota, a empresa. 

Matéria publicada na Folha de S. Paulo.
 

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