Secretário admite que SP não deve ter frota de ônibus com energia limpa

Lei prevê toda a frota com energia renovável em 2018. Sobre licitação, Tatto disse não ser possível 'carimbar' data.

Do G1 São Paulo

O secretário de Transportes de São Paulo, Jilmar Tatto, admitiu nesta quinta-feira (20) a possibilidade de São Paulo não ter todos os ônibus movidos por fontes de energia renováveis em 2018, como prevê a Lei de Mudanças Climáticas, de 2009. O secretário participou de reunião do Conselho Municipal de Transporte e Trânsito.

Ele afirmou que a dificuldade está no fato de a indústria de veículos e de combustíveis não ter se desenvolvido ainda em larga escala para permitir o uso de novas tecnologias energéticas em uma cidade como São Paulo.

"Eu desconfio, não posso afirmar, mas existe um certo lobby por parte das montadoras no sentido de não investir em energia limpa vinculada aos ônibus. Porque está muito atrasado. Na parte de veículos individuais isso está mais avançado", afirmou. “Isso cria um problema. Não adianta você pôr no edital e depois não ter no mercado para poder cumprir.”

O edital da licitação do novo serviço de ônibus, em consulta pública até o dia 31, prevê que a Lei de Mudanças Climáticas seja cumprida. Ainda assim, Tatto admite que não é possível "carimbar", ou seja, garantir a data em que todo o sistema estará adaptado.

A nova licitação vai contratar o serviço de ônibus de São Paulo por um prazo de 20 anos, renováveis por mais 20, para os cerca de 10 milhões de passageiros que usam o serviço todos os dias.

A posição do secretário gera questionamentos por parte de entidades como a Rede Nossa São Paulo e o Greenpeace, que pedem que o edital tenha maiores especificações sobre o que será feito para alcançar o objetivo previsto pela Lei de Mudanças Climáticas. "Do jeito que está, pode ser cumprido ou não", afirmou Vitor Leal, do Greenpeace.

Ele argumenta que o edital poderia prever que a substitução dos ônibus que acontece naturalmente, já que eles não podem ter mais de dez anos segundo as regras da cidade, poderia ser feita já com os veículos movidos por combustíveis não fósseis. "Dessa forma, seria possível aos poucos alcançar a meta", disse.

Leia a reportagem completa, com outras informações sobre a consulta pública no portal G1.

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