Com meta de duplicar pontos de Wi-Fi em SP, Doria ainda não inaugurou nenhum

Capital segue com apenas 120 locais de acesso gratuito, todos implantados na gestão anterior. Prefeitura diz que vai instalar até mais do que o prometido quando concluir nova licitação.

Por Will Soares, G1 SP, São Paulo

O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), prometeu durante a campanha e colocou no plano de metas de seu governo a duplicação dos pontos de Wi-Fi gratuitos na capital paulista. Passado quase um ano de gestão, no entanto, nenhum novo local de acesso foi criado na cidade. 

A Prefeitura garante que a meta ainda será cumprida – e com louvor. De acordo com o secretário de Inovação e Tecnologia, Daniel Annenberg, a ideia é não só duplicar, mas expandir a rede para mais de 500 locais até o fim de 2018. Hoje, apenas 120 pontos de acesso – todos instalados no governo de Fernando Haddad (PT) – estão disponíveis.

Veja a relação de pontos com Wi-Fi grátis na cidade de SP 

Annenberg defende que a demora para tirar o projeto do papel se deve justamente ao formato adotado pela gestão anterior. O programa atual é mantido pela Prefeitura, e cada um dos 120 pontos de acesso existentes custa R$ 9 mil por mês. Ou seja, totalizam quase R$ 13 milhões ao ano.

“Nós já renegociamos e reduzimos para R$ 10 milhões, mas não conseguimos, com esse modelo, expandir para a cidade toda. É inviável. Não temos recurso para isso. É muito caro”, justifica o secretário. A solução, segundo ele, foi traçar um programa do zero, escorado na iniciativa privada, para ampliar a rede.

Como anda o projeto?

A gestão Doria já realizou consulta pública para ouvir mercado e sociedade. Agora, estuda uma modelagem econômico-financeira para abrir licitação e encontrar empresas interessadas em fechar parceria. O acordo já tem uma premissa: as companhias assumem os custos de multiplicação e manutenção dos pontos de Wi-Fi e, em contrapartida, podem explorar a publicidade no acesso dos usuários.

Conforme garante o secretário Annenberg, a publicidade permitida na navegação seguirá as regras do Marco Civil da Internet, e está descartada a exigência de cadastro ou fornecimento de informações que ferem a privacidade dos internautas. “Pode haver um convite para se cadastrar. O cidadão não querendo, não serão usados seus dados”, explica ele.

Inaugurados em 2015 por Haddad, os 120 pontos de Wi-Fi gratuitos existentes na capital estão espalhados por praças e parques. O plano de expansão da gestão Doria prevê a substituição deles e que o acesso também esteja disponível em postos de saúde, Centros Educacionais Unificados (CEUs), bibliotecas e outros equipamentos públicos.

A Secretaria de Inovação e Tecnologia evita prazos concretos para tirar o plano do campo das ideias. "Isso leva um tempo. A gente quer soltar esse edital até o final do primeiro semestre do ano que vem", adianta Annenberg. Depois de assinados os contratos, a Prefeitura fala em mais três ou quatro meses para a instalação da tecnologia.

Matéria publicada no portal G1
 

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